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ESG na Prática – o novo protagonismo sustentável das organizações

Por: Lívio Giosa (Coordenador Executivo do PNBE)
Data de publicação: 31/10/2024

O mundo vive hoje um estágio absoluto de reflexão. O impacto da COVID trouxe, em todas as nações, um repensar na vida, nos negócios, nas relações políticas, nas conexões interpessoais.

Em nenhum momento da história universal este momento foi vivido por todos e em todos os países, simultaneamente. Além disto, somou-se à percepção que a vida da humanidade está em primeiro lugar e a sua preservação deve ser prioritária.

O tema ficou relevante na mídia, por conta das mudanças climáticas, com imagens que perduraram meses com incêndios, deslocamento de geleiras e chuvas torrenciais em várias regiões do mundo. Chamada a atenção pelos principais dirigentes dos países, o tema alcançou espaço em toda a imprensa e trouxe à tona a necessidade de decisões estratégicas, seja pela ação pública ou pela iniciativa privada.

Esta percepção temática de destaque teve início na abertura do Fórum Econômico Mundial, em janeiro/2020, quando o seu fundador Klaus Schwab, em Davos, na Suíça, instou a sociedade produtiva a plantar 1 trilhão de árvores!

A agenda mundial começa, assim, a dar destaque ao tema de forma exponencial e a dita sociedade 5.0 emana a inspirar-se em propostas de qualidade de vida, inclusão com inclusão social e sustentabilidade.

Surge assim, sob à égide destas iniciativas, a percepção clara que é preciso tomar atitudes imediatas que evidenciem a redução dos impactos das mudanças climáticas.

Cidadãos, profissionais, empresas, ONGs e setor público devem se unir numa frente concreta de ações transformadoras.

No âmbito das organizações institucionais e do mercado como um todo, entender e praticar ESG começa a tomar plena relevância.

Avaliar os impactos do Meio Ambiente (Environmental), da equidade social (Social) e da Governança Corporativa (Governance) são as bases principais para uma “virada de mesa” na percepção da humanidade para o enfrentamento das questões climáticas.

As vertentes de percepção do mercado são evidentes, ampliando-se com a criação de Fundos Verdes, financiamentos com juros diferenciados e valorização das ações nas Bolsas de Valores mundiais e brasileira, refletindo as práticas das organizações por meio dos indicadores ESG.

Reforçam, assim, seus modelos de governança baseados no desenvolvimento econômico, na responsabilidade social e no equilíbrio ambiental.

Ao incorporar práticas ESG, as organizações ganham um protagonismo passando a considerar todas as questões associadas à sustentabilidade. Isso significa ter em pauta as demandas de âmbito interno – desde acionistas até colaboradores – e externo, que compreende clientes, prestadores de serviços e comunidade, com forte valorização da imagem institucional.

Dentro das organizações, forjam-se novos processos, constroem-se novos modelos de atuação, refaz-se a consciência comportamental para boas práticas, começando pela (re)análise do propósito empresarial culminando em ações de inovação voltadas ao bem-estar da coletividade. Do ponto de vista interno, a área de RH passa a ganhar ainda mais importância.

Afinal, cabe a ela criar condições relacionadas a uma jornada do colaborador intensa e com experiências positivas. E isto, hoje e neste contexto, é fundamental!

Além disso, é necessário olhar, assim, quais são os impactos gerados pelas organizações interna e externamente. Medir suas ações voltadas ao ambiente interno, além das sociais e ambientais propostas à coletividade e disponibilizar dados através de relatórios estratégicos, como GRI, são também essenciais na visão da integridade e da transparência junto à sociedade.

Desenvolver ações práticas, compõem, assim, uma nova plataforma de interação das organizações com o mercado, relevando seus atributos junto aos públicos com os quais se relaciona e consagrando o Modelo ESG de Gestão: novas atitudes e novas oportunidades de negócios comprometidos com a Sustentabilidade.

Lívio Giosa é consultor estratégico, com especialização em Sustentabilidade e ESG. Professor de cursos de pós-graduação no Brasil e no exterior. É coordenador-geral do Instituto ADVB de Responsabilidade Socioambiental (IRES). Vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) e presidente do Conselho Nacional de Defesa Ambiental (CNDA)

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